terça-feira, 19 de março de 2013

As verdades que devem ser contadas


No passado dia 27 de Fevereiro, após uma conversa com duas estudantes maienses da Universidade Jean Piaget, fiz uma publicação neste espaço onde manifestei o meu descontentamento pela situação relatada pelas referidas estudantes. Aliás, a história destas duas jovens coincidiam com a história duma outra, com quem no dia anterior tinha falado, e também com relatos que já tinha ouvido antes. Falo, claro está, dos estudantes a quem foram impedidos de fazerem exames por "suposta" falta de pagamento das propinas por parte da CMM.
As três alunas, uma do 1º ano e as outras duas não sei precisar em que ano estão, contaram-me a mesma história: foram impedidas de realizar os exames porque a CMM não tinha pago as propinas. Todas elas afirmaram que não tinham recebido nenhuma comunicação/justificação da parte da CMM, e uma delas até disse que tinha por várias vezes tentado contactar responsáveis da CMM, via telemóvel, sem sucesso.
Ainda no mesmo dia li uma notícia da Inforpress que retractava esta questão, no qual o Sr. Presidente da CMM reconheceu haver "um embaraço" e garantiu que a CMM estava "em contacto" com a universidade para ver resolviam a situação. A referida notícia foi publicada no dia 25 de Fevereiro, portanto muito depois do início dos exames.
No entanto, após todo esse tempo de silêncio, surge na passada sexta-feira, já depois de ter terminado o período dos exames e de já terem iniciadas as aulas do segundo semestre, respostas/justificações da parte da CMM, num tom arrogante, e que ao invés de esclarecer veio confundir ainda mais os maienses, demonstrar mais uma vez as fragilidades da CMM no capítulo da comunicação e, sobretudo, confirmar a má gestão de todo esse processo por parte dos responsáveis da CMM.
Antes de entrarmos no “caso dos estudantes do Piaget”, gostaria de deixar bem claro que eu nunca pus em causa a política de atribuição de subsídios aos estudantes da CMM. Aliás, penso que é de louvar o esforço que a CMM tem feito para ajudar os jovens maienses na sua formação, e penso que isto merece o reconhecimento de todos os maienses. Todavia, penso igualmente que o facto de a CMM atribuir subsídios aos estudantes não dá nem á equipa camarária nem aos funcionários o direito de tanto alarde, de tanta arrogância, nem tampouco os torna imune a críticas quando algo corre mal (ou é mal gerido).
Nunca é demais lembrar que o Presidente e os vereadores foram eleitos para gerir os recursos do município, e mais não estão fazer do que o seu trabalho. Aliás, o dinheiro utilizado na atribuição destes subsídios não sai do bolso nem do presidente, nem dos vereadores, nem de nenhum funcionário da CMM, mas sim dos contribuintes. O acto de gestão que foi a decisão de atribuir tais subsídios aos estudantes é, na minha opinião, uma boa decisão, e volto a repetir merece o reconhecimento de todos, mas não percebo a razão para tanta arrogância como se estivessem a “dar ramok” aos beneficiários.
Não era minha intenção lançar o debate sobre a gestão do processo de atribuição dos subsídios aos estudantes, mas a reacção da CMM e os dados que vieram ao público nos últimos dias suscitaram em mim algumas dúvidas que gostaria que fossem esclarecidas. Se, por um lado, reconheço o mérito da CMM na decisão de atribuir os subsídios, por outro lado os últimos acontecimentos e as recentes revelações encheram-me de dúvidas quanto á gestão e á transparência de todo o processo.
Por isso, aproveitando a (boa e rara) disposição da CMM em revelar as suas “verdades”, deixo aqui algumas dúvidas que gostaria de ver esclarecidas. Para além da “verdade I” e da “verdade II”, penso falta contar a “verdade III”. Eis as minhas dúvidas:

  1. Num comentário deixado no facebook, o deputado municipal eleito pelo MPD e funcionário da CMM, Carlos Tavares afirmou que o problema ficou resolvido no dia 22 de Fevereiro, e que foi inclusive entregue aos estudantes uma credencial como comprovativo. Ora, dias depois, um texto publicado na página da CMM no facebook dizia que a CMM e Uni-Piaget chegaram a acordo no dia 27 de Fevereiro… Afinal quando é que o problema foi resolvido?
  2. Tendo sido o problema resolvido numa destas datas, portanto depois do início dos exames na Uni-Piaget, é ou não verdade que os estudantes beneficiários do subsídio da CMM foram impedidos de realizar os exames?
  3. A CMM assume a existência de um “embaraço” apenas em relação aos estudantes do 1º anos, mas no entanto há relatos de alunos do 2º, 3º e 4º anos, beneficiários do subsídio da CMM que garantem terem sido impedidos de fazerem exames por falta de pagamento das propinas da parte da CMM. A CMM garante que não houve atraso no pagamento das propinas dos estudantes do 2º, 3º e 4º anos?
  4. A CMM justifica este “embaraço” com “um atraso na aprovação e homologação de uma lista dos 18 alunos, por parte da Uni-Piaget”. Quando é que a CMM enviou a tal lista á Uni-Piaget? De quem é a responsabilidade por todo este atraso? Que assume a responsabilidade pelos transtornos causados aos estudantes em causa? A Uni-Piaget? A CMM? Os próprios estudantes?
  5. Já agora, como foram escolhidos os 18 estudantes beneficiários? Quais foram os critérios de selecção? Existe ou foi lançado algum concurso público para o efeito? Existe algum regulamento que rege todo o processo de candidatura, selecção, atribuição e controle dos subsídios?
Estas são algumas questões, ainda por esclarecer, que eu, e certamente muitos outros cidadãos maienses, gostaria que fossem respondidas em nome da verdade. Porque, afinal, a verdade tem de ser contada!

Maiensemante,
Samir Silva

quinta-feira, 7 de março de 2013

Os números da vergonha do Turismo na ilha do Maio

O Instituto Nacional de Estatística, INE, publicou hoje mais dados estatísticos do turismo do ano 2012, desta vez relativos aos estabelecimentos hoteleiros. Olhando para os dados relativos á ilha do Maio (ilha turística), confesso que me sinto envergonhado, e os governantes nacionais e locais deveria sentir o mesmo.
Maio (ilha turística, volto a frisar) é a ilha de Cabo Verde com menor número de estabelecimentos de alojamento turísticos, 7, e é, juntamente com S. Nicolau, as únicas ilhas onde não existe NENHUM HOTEL a funcionar!

Maio é a ilha com menor número de pessoal ao serviço dos estabelecimentos de alojamento turísticos, 23!

O números são claros e mostram claramente que a ilha do Maio - 'ilha de vocação turística', que tem no turismo a sua principal alavanca para o desenvolvimento, ilha que até tem uma sociedade (SDTIBM) que foi criada há quase 8 anos para impulsionar o desenvolvimento turístico (juntamente com Boa Vista) - é a ilha onde houve menos aposta no desenvolvimento do turismo nos últimos anos.
Aliás, se olharmos para trás vemos que as coisas só têm piorado. Em 2010 estávamos á frente de S. Nicolau e Brava, em 2011 fomos ultrapassados por S. Nicolau e em 2012 consumamos a descida ao "rab tek".
É caso para dizer dizer que somos uma ilha turística sem hotéis e, consequentemente, SEM TURISTAS.

P.S.: É, no mínimo, muito estranho que o Sr. Presidente da Câmara Municipal, os deputados municipais e os deputados nacionais, eleitos para trabalharem em prol do desenvolvimento da ilha e para defenderem os interesses da ilha, não se prenunciem uma única palavra sobre esta situação. A vergonha que sinto não é somente destes números mas também de todos vocês enquanto governantes e representantes da ilha do Maio.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Para Sempre: Hugo Chavéz

Hugo Chávez foi uma das figuras mais marcantes do nosso tempo, e tem, certamente um lugar marcado na história.
Figura controversa, amado por uns e odiado por outros, Chávez foi um líder carismático, de grandes convicções e que não mediu esforços para chegar onde chegou.
Defendeu convicção as suas ideias e os seus ideais, e lutou por aquilo que acreditava.
Independentemente de concordar ou não com as idéias de Hugo Chavéz, penso que o mundo perdeu um grande homem!

R.I.P.

terça-feira, 5 de março de 2013

Dois i Kinhent: Quem ta lembra?


segunda-feira, 4 de março de 2013

Preta d.Odje Grosse (excerto)

Pintura de Augustin Kassi (Costa do Marfim)
Koxa rudond
Pet Stikad
Ta da ku torn

Odje di uva preta
Suriz larg
Pa ka kompleta

Korp di viola
Olhar di um strela
Na ceu ta brilha

(cont.)

Samir Silva

Turismo?! Para Quando?


O tema destaque desta semana no nosso blogue  é o Turismo. Já lá vão mais de duas décadas que venho ouvindo sempre o mesmo discurso: 'Maio é uma ilha turística', 'Vamos apostar no turismo como o motor de desenvolvimento da ilha do Maio',etc, etc.
No entanto, olhando para o números (as estatísticas do turismo referentes ao ano 2012 foram publicadas recentemente) a ilha do Maio continua a contar 'zero' para o turismo ao nível nacional.
Mais importante ainda: Olhando para a realidade da ilha constatamos que o turismo, mais de 20 anos depois, continua a ter um impacto 'zero' na melhoria das condições de vida dos maienses e um contributo 'zero' para a economia local e nacional. 
Ao longo de todos estes anos o turismo não criou emprego, não criou riqueza, não dinamizou a economia local. Maio não tem neste momento um único hotel a funcionar, Maio é a ilha de Cabo Verde com menos unidades hoteleiras, com menor número de camas, Maio é das ilhas onde o turismo emprega, directa e indirectamente, menos pessoas... e, nem era preciso dizer, Maio das ilhas que recebe menos turistas ao nível nacional.
Maio tem sido, ao longo de todos estes anos, refém deste discurso á volta do turismo, que tem desviado a atenção dos governantes e da população de outras áreas e outros sectores que podem, na minha opinião, dar muito á ilha: Agricultura, Pesca, Pecuária, Pequenas indústrias transformadores, serviços,etc.
O pior é que o turismo tem servido até como desculpa para desviar outras actividades para outros sítios (lembrem-se da cimenteira?!).
Perante este cenário penso que vale a pena reflectirmos todos sobre esta questão.
O grande entrave ao arranque do desenvolvimento turístico na ilha do Maio é, sem dúvidas nenhuma  FALTA DE VONTADE POLÍTICA.
 O Sr. Primeiro Ministro Dr. José Maria Neves anunciou não vai se recandidatar em 2016, e penso que ele tem menos de 3 anos para impedir o fracasso total da sua governação em relação á ilha do Maio. Pois, 3 mandatos e 15 anos de governação sem nem sequer conseguir criar as condições para o arranque do turismo na ilha do Maio é inaceitável.
Por outro lado, o próprio Presidente da CMM, Eng. Manuel Ribeiro, 5 mandatos depois e 20 anos á frente da Câmara Municipal do Maio, sem conseguir nenhum resultado prático no sector do turismo é inqualificável.
Penso que é chegado a hora dos maienses reflectirem seriamente sobre esta questão e AGIR, sob pena de, daqui a 20 anos o meu filho reproduzir o mesmo texto que agora redijo.
Vamos ao longo desta semana refletir um pouco sobre esta que e contamos com a tua participação!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Irresponsabilidade.CMM


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